Condomínio Comercial: Centro, Rio de Janeiro – RJ.
Projeto de Adequação de Acessibilidade dos acessos e áreas comuns de três edificações.
Projeto de Adequação de Acessibilidade dos acessos e áreas comuns de três edificações.
Legalização de imóvel na Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro até a certidão de habite-se. Averbação da construção no Registro de imóveis.
Nome: Andie Carolina
Idade: 28 anos
Profissão: Redatora / Tradutora / Revisora / Assistente Virtual
Tipo de Deficiência: Física – Paralisia Cerebral
Local da Residência/Trabalho: Campinas/São Paulo
A casa é adequada?
Sinceramente, não. Moro junto a meus pais em uma casa alugada desde 2019. Logo na entrada há uma rampa bastante alta para subir e sem nenhum tipo de apoio, o que representa uma dificuldade maior ainda para mim, que lido com a falta de equilíbrio.
A garagem é um outro problema. Por ser demasiadamente pequena, no momento em que abro a porta para entrar e sair do veículo, não há espaço para fazê-lo de forma confortável, o que muitas vezes me obriga a forçar a coluna e as pernas, o que inclusive, já me machucou em algumas ocasiões.
O quintal em si é totalmente impensado para pessoas com deficiência ou algum outro tipo de problema de locomoção. Isso porque, ao invés de ser uma estrutura “lisa”, digamos assim, há diversos “relevos” no chão, o que seria uma enorme dificuldade para um cadeirante, por exemplo (não é o meu caso) e é para mim que ando com dificuldade, já que a possibilidade de acabar “enroscando” e tropeçando nestes relevos, resultando em quedas, é ainda maior.
Na sala, na cozinha e nos quartos não há grandes problemas, mas no banheiro, por exemplo, não existe nenhum tipo de apoio, como uma barra na parede que pudesse ser segurada. Se tivesse, isso proporcionaria uma maior segurança no momento do banho.
A área de serviço, por outro lado, é um outro grande problema, pois conta com uma escada que, apesar de ter corrimão (apenas de um dos lados), na minha visão, não deveria existir, uma vez que para pessoas com deficiência, com problemas de locomoção, idosos e crianças, sempre representará um grande risco de quedas graves. Eu particularmente evito acessar essa parte da casa, justamente para evitar possíveis acidentes, o que é bastante ruim, pois o ideal seria morar em um local onde eu não precisasse ter medo de circular em alguma das partes.
O local de trabalho é adequado?
Desde o início da minha vida profissional, eu trabalho em home office. Para ser mais exata, o meu quarto é o meu local de trabalho. Como disse anteriormente, neste cômodo da casa não há grandes problemas, porém, é bastante pequeno, o que não me permite ter espaço suficiente para colocar a minha cadeira em uma posição 100% confortável ou colocar o apoio para pés de forma 100% confortável. Isso para qualquer profissional pode ser bastante desagradável, mas para uma pessoa com deficiência que já convive com dores, ter esse “plus” é bastante negativo.
Os locais que frequenta são adequados?
Desde criança percebo uma certa “dificuldade” por parte daqueles que projetam casas, estabelecimentos, escolas, locais de lazer etc., em entender que existem pessoas com necessidades especiais. Durante a minha infância e boa parte da adolescência, passei por situações complicadas em relação a isso, que inclusive, acarretaram traumas. Ônibus com degraus altos para subir, calçadas com muitas guias para subir, sendo que seria muito melhor se fossem retas, estabelecimentos com escadas ao invés de elevadores, escolas sem rampas, com salas que para ter acesso era necessário subir escadas, locais de lazer onde não existia nenhum tipo de brinquedo adequado para crianças com deficiência.
Ao longo do tempo isso foi mudando e hoje em dia, percebe-se uma maior preocupação em relação a isso. Então, acredito que hoje, os locais que frequento estão um pouco mais conscientes em relação a isso. Mas sinceramente, ainda há muito mais a melhorar.
Duas experiências adicionais sobre o quanto a acessibilidade fez diferença na minha vida:
Dos 7 aos 14 anos, estudei sempre na mesma escola. Então, de alguma forma, mesmo com minhas dificuldades, fui me adaptando a ela e meio que me acostumando. E ao longo deste tempo, a própria instituição fez muitas melhorias pensando nos alunos com deficiência. Na época em que estudava lá era eu e mais 2 alunos com necessidades especiais.
Porém, essa escola não conta com ensino médio, por isso, quando cheguei nesta fase, precisei procurar por outra e foi então que meu dilema começou.
Nenhuma escola próxima da minha casa contava com acessibilidade. Todas eram repletas de escadas, degraus, calçadas, com um chão repleto de relevos, etc. Graças a isso, acabei ficando alguns meses sem estudar, até conseguir encontrar uma que finalmente atendesse o mínimo das minhas necessidades.
E a segunda experiência novamente se repetiu dentro do ambiente estudantil. Ao sair dessa escola e ser aprovada no ENEM, acabei conseguindo uma vaga para estudar em uma faculdade (Iescamp) próxima da minha casa. Porém, ao chegar lá no dia de levar a documentação, eu simplesmente desisti. De novo, um local totalmente impensado para pessoas com qualquer tipo de deficiência física ou problemas gerais de locomoção.
De novo me vi diante de enormes escadas sem corrimão, diversos degraus, calçadas, inúmeros relevos no chão (que realmente parecia coisa de obra malfeita mesmo ou feita sem consideração por quem passasse ali), sem bancos no pátio, entre outros detalhes que me fizeram perceber de cara que não me sentiria segura e confortável ali.
Devido a isso, perdi a primeira chamada do ENEM e só pude ingressar na segunda, quando fui enviada a uma faculdade (Centro Universitário Devry Unimetrocamp) totalmente diferente da primeira em termos de acessibilidade: logo na entrada uma rampa para alunos que não conseguem subir degraus, poucas escadas (e todas elas com corrimão), elevadores por todos os lados, diversas salas de aula no térreo, mesas adaptadas para alunos com necessidades especiais dentro das salas, vagas para estacionar o carro bem em frente à entrada e assim, facilitar o acesso deste grupo, entre outros detalhes. Definitivamente, um exemplo em termos de consciência!
Nome: Ana Paula Lima
Idade: 24 anos
Profissão: Farmacêutica
Tipo de Deficiência: Guillain Barre
Local da Residência/Trabalho:
O local de trabalho é adequado?
A Ana Paula Lima, que tem a Síndrome de Guillain-Barré, uma doença neurológica rara, enfrenta grandes dificuldades em seu local de trabalho na área da saúde.
Ela relatou que, como os pacientes não a veem como pessoa com deficiência, eles não entendem suas limitações e não sabem que os esforços físicos que ela tem que fazer constantemente influencia no desenvolvimento de suas tarefas. Por exemplo, em sua função na farmácia de uma clínica do setor público, para ter acesso a alguns medicamentos exige que ela suba escadas, fazendo com que parte de disposição ao trabalho seja afetada devido ao grande esforço físico, outra questão é a altura da cadeira que faz muita diferença para ela conseguir levantar porque algumas não dispõe de braços para auxílio.
Além disso, Ana explicou que trabalha no SUS, onde há muita rotatividade de setor, tornando difícil a adequação do ambiente de trabalho para suas necessidades. Por isso, ela terá que solicitar uma vaga em um ambiente mais adequado para PCD.
Nome: Ariel Alexandre dos Santos
Idade: 34 anos
Profissão: Gestor de Negócios em Alimentação
Tipo de Deficiência: Guillain Barre
Local da Residência/Trabalho: Santos/SP
A casa é adequada?
Ao entrevistar Ariel Alexandre dos Santos, que teve uma grave doença neurológica e ficou tetraplégico, podemos perceber que a falta de acessibilidade em sua casa o impediu de se cuidar sozinho e de voltar para casa imediatamente após sua recuperação.
Os locais que frequenta são adequados?
No entanto, ele destacou que, na maioria dos locais que frequenta, como mercados, clínicas e igrejas, a acessibilidade é adequada para sua mobilidade reduzida.
Porém, ele também relatou uma grande dificuldade que enfrenta em sua academia, que aos dias de domingo fecha as escadas de acesso mais cedo e deixa a única forma de saída sendo a rampa dos veículos, que é muito íngreme e exige cuidado ao descer devido a seus membros inferiores não estarem totalmente recuperados.
Vistoria e Laudo Técnico da Autovistoria Predial.
Averbação de Modificação e Acréscimo no Registro de Imóveis.
Laudo com Relatório Fotográfico de Adequação de Acessibilidade.